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Como a neurociência pode ajudar a liderança?

A neurociência é uma área em franca ascensão. Descobrir os mistérios do funcionamento do cérebro pode ser a chave para a compreensão dos mais variados fenômenos. Da função da linguagem à forma como percebemos o mundo, a neurociência tem nos ajudado com insights e explicações dos mais variados processos, ainda assim muitas questões ainda estão em aberto, o que demonstra como estamos diante de um campo com um grande potencial.

Se por um lado a neurociência é um campo a ser explorado, por outro a liderança é um campo já largamente teorizado e estudado. No entanto, a relação entre eles ainda é em uma grande parte do domínio da especulação, o que abre margem para um estudo mais aprofundado e sistematizado, envolvendo diversas frentes.

Uma questão fundamental é: o que leva um líder a ser respeitado, admirado e até mesmo cultuado por seus liderados? No mais, o que leva um líder a ser criticado e não aceito pelas pessoas a sua volta? Para a neurociência essas perguntas formam uma única e a resposta para elas pode estar na forma como as partes de nosso cérebro se comunicam, o que é chamado de coerência neuronal.

Antes de nos aprofundarmos nesse tema, vamos dar um passo atrás. Durante muito tempo acreditou-se que o cérebro dividia seus processos com base na lateralidade: do lado esquerdo a razão, do lado direito a emoção. Assim, se um líder tinha seu lado esquerdo dominante, era possível que ele fosse um grande estrategista, ao passo que um líder com o lado direito dominante teria o lado humano mais aguçado e a tendência a ser uma inspiração para seus liderados.

Atualmente sabemos que a lateralidade, isto é, a divisão por lados tem um papel importante em diversas características, mas também entendemos que ela não é exclusivamente determinante nos processos neuronais, justamente porque o cérebro opera em conjunto e não em partes isoladas. A noção de conjunto traz à tona a ideia de coerência neuronal, que nada mais é do que o grau de inter-relação das diversas áreas do cérebro envolvidas em algum processo.

Habilidades sociais ou cognitivas são processos dependentes do grau dessa coerência, uma vez que são processos complexos e que demandam a ativação de partes distintas do cérebro. Diversos estudos, como os de Waldman et al., têm demonstrado que líderes com um alto poder de influência sobre os indivíduos têm uma grande coerência nas áreas responsáveis pelas relações interpessoais e a manifestação das emoções e da linguagem, em geral as partes frontais do cérebro. Líderes com baixa coerência nestas regiões demonstram uma grande afinidade com os processos e pouco com as pessoas envolvidas neles.

O que estes dados revelam é que líderes que têm a capacidade inata ou treinada de compreender as suas próprias emoções e retransmitir atitudes adequadas, seja pela linguagem, seja pela forma de se relacionar, são capazes de manter um alto grau de unidade entre seus liderados. Existem inúmeras explicações para esse fenômeno, mas a mais coerente demonstra que estes líderes são capazes de melhor socializar seus pensamentos e opiniões, motivando estes indivíduos em direção aos objetivos por ele estabelecidos.

Neste ponto pode parecer que grande parte desse processo gira em torna das emoções. Na verdade, elas são um importante ponto de partida, mas é a linguagem e a capacidade de compreender as relações interpessoais que fazem o balanço entre essas dimensões. Por este motivo, a ideia de coerência neuronal é tão essencial, uma vez que o mais importante é criarmos uma visão sistemática de nossas atitudes e relações como líder.

A ideia que nossas atitudes e comportamento são estabelecidas a partir dos caminhos neuronais criados é outra questão pulsante dentro da neurociência desde a sua “criação”. Se assim for, traços genéticos e questões de formação podem afetar de maneira significativa como estes caminhos se constroem de modo que seria possível determinar quem poderia e quem não poderia ser um líder, por exemplo. Porém, a ciência tem revelado que estes caminhos podem ser modificados com abordagens e treinamentos corretos para a tomada de consciência sobre a visão da necessidade de mudança.

Como dissemos mais acima, o casamento entre liderança e neurociência ainda é recente, de tal modo que serão necessários mais estudos para se chegar a algumas conclusões. Entretanto, o que as pesquisas atuais revelam é que há de fato uma grande conexão entre elas, de modo tal que a compreensão dessa ligação será fundamental para estabelecermos as melhores práticas na formação e no treinamento de líderes.

Ana Elisa Moreira-Ferreira
Ma.Fga. Coach e Consultora em Comunicação Humana
Univoz Consultoria e Desenvolvimento de Pessoas.

¹ WALDMAN, David A.; BALTHAZARD, Pierre A.; PETERSON, Suzanne J (2011). Leadership and Neuroscience: Can We Revolutionize the Way That Inspirational Leaders Are Identified and Developed?

[agenda]

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